5 sinais para não entrar no negócio errado
Vice-presidente da ABF Rio alerta: "empolgação não pode substituir a análise estratégica"

Por mais promissor que o setor de franquias pareça, nem toda oportunidade é sinônimo de sucesso. E na ânsia de ter o próprio negócio, muitos investidores podem se dar mal na hora de escolher a operação.
O Brasil conta com mais de 3 mil marcas franqueadoras, segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), e o segmento de microfranquias (com investimento até R$ 135 mil) já representa 18% desse universo, o que torna a escolha ainda mais desafiadora.
Pelo baixo investimento e menor complexidade, o segmento é bastante atrativo, constituindo uma das principais portas de entrada para o varejo.
Julio Monteiro, vice-presidente da ABF Rio, alerta: “a empolgação não pode substituir a análise estratégica”. A seguir, ele compartilha cinco sinais de alerta para identificar quando a franquia pode ser um mau negócio. Confira!
1. Você não se identifica com o produto ou serviço
“Se você não compraria o que vai vender, pare por aí”, diz Monteiro. A afinidade com o segmento não é apenas desejável, é essencial. Sem identificação com o propósito da marca ou com o público-alvo, a gestão vira obrigação, e não paixão.
2. A marca promete retorno rápido sem dados sólidos
Desconfie de promessas genéricas de retorno financeiro acelerado. “Retorno em seis meses? Só se o franqueado entender muito bem do mercado e já tiver estrutura”, afirma o especialista. Bons franqueadores oferecem projeções baseadas em performance real de unidades semelhantes e com transparência.
3. O suporte é vago ou limitado
Franquia é, acima de tudo, parceria. “Você não está comprando só um nome, mas uma rede de suporte em marketing, operação e gestão”, explica Monteiro. Se o franqueador não detalha o apoio oferecido nem apresenta uma equipe estruturada, acenda o sinal vermelho.
4. Você não conhece o mercado local
Ter uma franquia consolidada não garante sucesso automático. “É preciso estudar a concorrência, o comportamento do consumidor na região e a viabilidade do ponto comercial.” Pesquisar o mercado local é tão importante quanto gostar da marca.
5. O modelo de negócio não combina com seu perfil de gestão
Algumas franquias exigem presença diária do franqueado, outras funcionam com modelo mais remoto. “Se você busca flexibilidade e entra em uma franquia que exige gestão operacional pesada, o desgaste será enorme.” Avalie honestamente quanto tempo e energia está disposto a investir.
Um setor em plena expansão
Para este, a ABF estima um crescimento nominal do faturamento entre 8% e 10%, um aumento de 2% no número de operações, 2% no surgimento de novas redes e 2% na geração de novos empregos.
Para o economista André Galhardo, a menor previsão de crescimento no número de redes reflete a maturidade do setor. “O franchising está focado mais na qualidade do que na quantidade”, destacou.
Resultados de 2024
O franchising alcançou R$ 273 bilhões em faturamento em 2024, um avanço de 13,5% quando comparado ao mesmo período de 2023.
A pesquisa, realizada entre os dias 2 e 23 de janeiro com 345 marcas respondentes, trouxe ainda o resultado do quarto trimestre de 2024, quando o setor cresceu 11,3% em relação ao mesmo período de 2023. No quarto trimestre, o faturamento nominal foi de R$ 81 bilhões.
O franchising encerrou 2024 com 3.300 marcas em atuação no Brasil, somando 197.709 operações e mais de 1,7 milhão de pessoas empregadas diretamente no setor, sem contar os colaboradores das franqueadoras e os empregos indiretos gerados.
Entre as empresas que puxaram os resultados do setor, não houve grandes novidades. A Cacau Show permaneceu na liderança, ultrapassando 4 mil unidades em 2024. A rede se destacou com novos formatos para alcançar novos mercados, e as flagships também mostram a preocupação da franquia em se destacar. O Boticário ficou na segunda posição, mantendo o mesmo cenário de 2024.
Na sequência, e destacando as 10 maiores franquias de 2024, aparecem: o McDonald’s, a Ortobom, Lubrax, OdontoCompany, AMPM, óticas Carol, BRMania e Shell Select.