McDonald´s, Starbucks e KFC são as marcas mais valiosas do fast-food

As 10 maiores do segmento valem US$ 408,1 bilhões em 2025, aponta Kantar BrandZ

publicidade

O pódio das marcas de fast-food mais valiosas do mundo é composto, nesta ordem, por McDonald´s, Starbucks e KFC, segundo os dados de um estudo realizado pela Kantar BrandZ. As 10 maiores marcas do segmento valem US$ 408,1 bilhões em 2025, um aumento de 4% em relação ao ano anterior. McDonald’s e Starbucks, inclusive, estão implementando novos planos estratégicos de crescimento que incluem mais expansão na China.

Ao longo dos últimos 20 anos, a categoria de fast-food cresceu em ritmo muito rápido, com um incremento de 700% no valor de marca desde 2006, segundo, de acordo com o levantamento. Esse é o maior índice de crescimento entre todas as categorias que a empresa de dados e insights monitora e analisa de forma contínua nesse período.

Para a Kantar, dois fatores impulsionaram esse crescimento: globalização e valor. “E, aqui, ‘valor’ não significa necessariamente preço baixo”, explica Fernanda Bassanello, diretora de Brand na Kantar Brasil. “Quando as marcas de fast-food perderam essa distinção no preço, acabaram na chamada ‘guerra do dólar’ no início dos anos 2000, uma disputa de preços que levou o setor a um patamar mínimo e demorou anos para ser revertida”, complementa.

Quando chegou a grande recessão, porém, as principais marcas de fast-food estavam novamente em posição de prosperar. Em vez de baixar os preços de todo o cardápio, elas passaram a oferecer promoções específicas junto com novos itens de valor mais alto. Assim, conquistaram consumidores que estavam “reduzindo” seus gastos – grupo de pessoas acostumadas a restaurantes casuais e cafés sofisticados, mas dispostas a dar uma nova chance ao fast-food, caso encontrassem ingredientes melhores e bebidas mais interessantes.

Segundo o Kantar BrandZ, as marcas mais bem-sucedidas atenderam a esse desejo. O McDonald’s, por exemplo, comprometeu-se a levar o conceito McCafé, de maior qualidade, para a maioria de suas lojas no mundo, tornando-se um concorrente relevante para cafeterias e padarias premium.

A expansão global também foi um grande movimento. Lideradas por McDonald’s, KFC, Subway e Starbucks, as marcas americanas de fast-food abriram milhares de novas lojas apenas na China. “O valor dessa expansão não vinha só do mercado consumidor gigante, mas também do alto preço que as marcas ocidentais podiam cobrar em relação aos concorrentes locais, ao menos por um tempo”, diz Fernanda.

Hoje, as marcas dos EUA precisaram refinar cardápios e estratégias de preço para enfrentar novas concorrentes chinesas, assim como adaptaram ofertas culturais para disputar espaço com o Tim Horton’s, no Canadá, e o MAX Burgers, na Suécia.

O efeito gourmet nas redes de fast-food

De modo geral, quanto mais as marcas de fast-food da década de 2010 conseguiam atrair uma base diversa de clientes, melhor se saíam. Por outro lado, as que dependiam principalmente de jovens do sexo masculino nos EUA enfrentaram dificuldades.

Os anos 2010 também viram a ascensão das redes “fast casual”, como a Chipotle, cuja proposta era: pagando um pouco a mais, você consome refeições com ingredientes frescos e de melhor procedência. Em resposta, muitas marcas tradicionais aprimoraram suas práticas de abastecimento e sustentabilidade e passaram a testar opções consideradas “gourmet”.

Já na segunda metade da década, houve um reequilíbrio: muitos cardápios estavam inflados demais e o tempo de atendimento tinha aumentado. Consumidores pareciam dispostos a prestigiar redes mais enxutas, como a Chick-fil-A, que focaram em fazer poucos itens com excelência.

Depois, a pandemia de Covid-19 acelerou ainda mais a tendência de enxugar cardápios. “A entrega se tornou prioridade, faltavam funcionários e as cozinhas precisaram se digitalizar rapidamente”, explica Fernanda. “As marcas passaram a priorizar o atendimento de pedidos para entrega, retirada e drive-thru de modo mais eficiente, mesmo que isso significasse reduzir o espaço de refeições no salão”, explica Fernanda.

No geral, isso foi lucrativo: consumidores confinados buscavam conforto nas marcas preferidas em tempos difíceis, além de se mostrarem abertos a experimentar e postar nas redes sociais novos sabores e parcerias culturais. Mais do que nunca, as pessoas adoraram a conveniência de comer em casa e, importante, estavam dispostas a pagar uma taxa extra por isso, optando por combinações de itens de maior valor.

Segundo a análise da Kantar, no fim, as taxas de entrega e a alta dos preços dos ingredientes afastaram consumidores pressionados pela inflação de suas marcas favoritas. Ao mesmo tempo, funcionários e clientes das lojas físicas começaram a reclamar do excesso de pedidos para entrega, com destaque para os jovens, que lamentavam a falta de áreas para refeições em um momento em que os espaços de convivência se tornaram raros.

Insights

Com 20 anos de análises, há dois insights importantes para o mercado de fast-food. Primeiro, as grandes marcas precisam continuar gerando demanda versus os seus competidores locais, ao mesmo tempo em que devem proteger suas margens de lucro.

Por fim, se manter consistente e relevantes em curto e longo prazo. “Significa manter consistência de identidade, mensagem tom e execução, sem que isso signifique ser inflexível”, comenta Fernanda. “É necessário se adaptar a preferências locais e a mudanças de consumo para se manter culturalmente relevante.”

As marcas mais valiosas de fast-food em 2025

Além das três grandes marcas que puxam o fast-food – McDonald´s, Starbucks e KFC -,  há outras que também impulsionam o crescimento do valor geral da categoria, mesmo estando em posições mais baixas no ranking. Em quarto lugar, o Chipotle teve um aumento de 44% graças ao crescimento das vendas digitais e ao forte engajamento nas redes sociais. A Domino’s, outra marca com grande destaque digital, registrou aumento de 22%.

O Chick-fil-A adicionou 25% ao seu valor de marca ao expandir cuidadosamente o cardápio e investir em seu aplicativo; enquanto o Taco Bell (com seus populares combos) cresceu 17% em um ano em que o consumidor segue priorizando o custo-benefício.

Imagem: Freepick