Leonardo da Vinci e a educação corporativa

Assim como Da Vinci estudava anatomia para pintar corpos com realismo, empresas competitivas investem em seus colaboradores para fortalecer competências estratégicas

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Leonardo da Vinci não foi apenas um artista genial. Para criar suas estonteantes obras de arte ele também foi pesquisador, inventor, anatomista e visionário. Com um desejo de conhecimento insaciável e sua capacidade de fazer arte com ciência, acabou por influenciar os rumos da arte.

No mundo dos negócios, a educação corporativa conecta competências, propósito e estratégia impulsionando a cultura organizacional e tornando-a mais sólida, atraente e inspiradora. Assim como Da Vinci estudava anatomia para pintar corpos com realismo, ou engenharia para criar máquinas futuristas, empresas competitivas investem no desenvolvimento de seus colaboradores para fortalecer competências estratégicas na busca de resultados relevantes e na construção do futuro.

Lapidação de talentos e cultura

Da Vinci passava horas em seu ateliê, experimentando pigmentos, testando mecanismos e registrando observações. A educação corporativa é esse “ateliê” dentro das empresas, um espaço para explorar novas ideias, desenvolver habilidades e refinar talentos.

Além disso, esse ambiente de aprendizado e reforço contínuo, ajuda a fortalecer a cultura organizacional, evitando que seja apenas uma série de escritos bonitos no papel, mas distantes da realidade.

Cultura organizacional como força competitiva

Cada quadro de Da Vinci carrega sua marca. Sua assinatura não está apenas escrita em algum canto da obra, mas no estilo, no detalhe e na visão que imprime.

Da mesma forma, a cultura organizacional é a “assinatura” de uma empresa. Ela se manifesta na forma como os funcionários interagem, como os líderes tomam decisões, como as equipes inovam e como todos impactam na experiência do cliente.

Quando as trilhas de aprendizagem corporativa estão alinhadas às estratégias empresariais, as pessoas se sentem mais empoderadas na entrega de resultados e no senso de pertencimento à cultura e valores da organização. É como ter o apoio de um mestre que ensina seus aprendizes a pintar no mesmo estilo, mantendo a excelência e fortalecendo a identidade da obra, sem abrir mão do toque pessoal de cada um.

Educação corporativa como ferramenta estratégica

Da Vinci sabia que sem técnica não há arte duradoura. Ele estudava luz, perspectiva, proporção e anatomia para dar vida e perenidade às suas criações.

Nas empresas, são as competências empresariais que permitem transformar objetivos em ações e resultados concretos. Se a cultura valoriza inovação, a educação corporativa deve contemplar treinamentos em metodologias ágeis, design thinking e resolução criativa de problemas.

O alinhamento entre as competências empresariais necessárias para a empresa ser competitiva no mercado e as competências individuais necessárias para as pessoas enfrentarem os desafios de cada cargo, garante que a estratégia empresarial não seja apenas um conceito abstrato, mas algo desdobrado, vivido e fortalecido diariamente em cada funcionário.

Lifelong learning

Uma das maiores lições de Da Vinci é a busca incessante por aprender. Ele não se limitava a uma área de atuação e explorava tudo o que despertava sua curiosidade.

Empresas que adotam essa mentalidade incentivam seus colaboradores a ampliar horizontes, testar novas ideias e buscar aprimoramento constante. Isso mantém a cultura organizacional viva, adaptável e conectada aos desafios do presente e do futuro.

Leonardo da Vinci nos mostrou que arte e ciência podem andar juntas para criar algo extraordinário. No universo corporativo, a combinação de educação corporativa e cultura organizacional é essa fusão, desenvolvimento de competências e propósito trabalhando lado a lado para construir empresas mais fortes, criativas e duradouras.

Investir no desenvolvimento dos colaboradores é investir na própria obra-prima da organização, expressa na excelência de seus produtos, serviços e reconhecimento da marca. A perenidade fortalecida através de uma cultura sólida, viva e capaz de atravessar o tempo aprimorando suas competências, competitividade e sua razão de existir.

Paulo Oliveira é head de Educação no Grupo Bittencourt

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Imagem: Sora/gerada com IA