Flávia Alessandra e Otaviano Costa apostam no franchising e falam sobre negócios

Casal de artistas conta sobre o envolvimento direto na Royal Face, franquia da qual é sócio

Esbanjando sorriso e simpatia, Flavia Alessandra e Otaviano Costa visitaram o estande da Royal Face, franquia de harmonização facial, rede da qual são sócios, na ABF Franchising Expo, realizada no Expo Center Norte, em São Paulo, entre os dias 25 e 28 de junho. Embora o casal seja reconhecido como celebridade, com trajetória sólida na televisão, Flavia e Otaviano mostram-se bastante confortáveis em outro tipo de papel, o de empreendedores e gestores de negócios.

Em entrevista ao portal Estratégias&Negócios, Otaviano deixou claro que o envolvimento com o mundo empresarial não é uma fase ou uma aposta momentânea. Segundo ele, esse caminho já fazia parte da mentalidade do casal antes mesmo da fama. “Antes de sermos artistas, figuras públicas, nós investimos já como empreendedores, investimentos diversos, mas que não demandavam a nossa figura pública, não demandavam a nossa imagem”, conta.

Entre 2018 e 2019, ambos perceberam o impacto das transformações digitais no entretenimento e nos negócios. Otaviano conta que, naquele período, o audiovisual mostrou mudanças profundas e esse movimento o fez refletir sobre a carreira para se aproximar mais da inovação e de toda transformação que o mercado todo estava vivenciando.

Para Flavia, a força do empreendedorismo era direcionada para a construção dos personagens que interpreta. Em suas mãos, o papel recebido se transformava em algo único e com elementos bastante pessoais. Posteriormente, colocou essa energia nos negócios.

Virada de chave

O casal fazia alguns investimentos e Flavia Alessandra foi sócia do salão de beleza de Marcos Proença, o cabeleireiro das celebridades no passado. Mas foi durante a pandemia de covid-19 que o casal atingiu o seu ponto de inflexão. Chegando à marca de 35 anos de carreira e à casa dos 50 anos, decidiram rever a forma como conduziam suas trajetórias profissionais.

Segundo a atriz, nesse período, fez uma profunda autoanálise sobre onde queria estar e como queria se realizar. A partir daí, leu livros sobre negócios, fez cursos online e estudou muito para saber como empreender. “Foi uma época bem importante para mim. Dali por diante, deslanchou”, relembra.

O resultado dessa mudança foi a criação de uma agência própria para gerenciar todos os aspectos da carreira de ambos “Hoje somos gestores de nós mesmos”, resume Otaviano. Essa estrutura também permitiu ampliar a atuação em frentes empresariais em que investem juntos ou individualmente, de acordo com as afinidades.

Sócios participativos da Royal Face

Mais do que ceder imagem ou aparecer em campanhas pontuais, o casal assumiu um compromisso integral com os negócios nos quais se envolvem. No caso da Royal Face, a participação vai da governança ao acompanhamento do dia a dia.

Otaviano fala que a condição inegociável para que o casal participasse da sociedade foi a participação ativa nas reuniões, nos conselhos, em condições de ter voz e ser ouvido. “A gente está o tempo todo respirando o negócio, sugerindo diante de tantas experiências o que podemos colocar como prática. Estamos o tempo todo colaborando com o processo, participando de reuniões, evoluindo junto com a companhia, isso é uma característica muito própria nossa”, pontua o comunicador e empresário.

Flávia reforça esse ponto quando fala sobre a seriedade com que encara a vida empresarial: “Eu já empreendia só aqui em mim mesma”, diz, referindo-se ao seu envolvimento histórico com a criação e desenvolvimento de personagens na atuação. Para ela, a transição para os negócios foi quase orgânica. “De alguma forma, eu queria transformar aquilo que eu já tinha em algo melhor”. No caso da Royal Face, ela destaca como a transformação física das pessoas as ajuda a recuperar a autoestima e a viverem a melhor versão de si mesmas.

Estrutura, governança e expansão da Royal Face

Para além da imagem e da inspiração, a Royal Face é um negócio com estratégia corporativa clara, como detalhou André Alves, CEO da rede.

A marca, que acaba de completar seis anos, passou por uma transição relevante nos últimos dois anos com a entrada do fundo SMZTO, de José Carlos Semenzato. O foco da transformação foi implantar governança corporativa, automação de processos e padronização da operação para ganhar escala de forma sustentável.

Hoje, a rede conta com mais de 270 clínicas, com presença em todas as capitais e também em cidades com menos de 100 mil habitantes, no entanto, é feita uma avaliação detalhada da área antes de abrir uma franquia. A expansão, segundo Alves, é majoritariamente puxada por multifranqueados, isto é, empreendedores que já operam mais de uma unidade e ampliam o raio de atuação. “Hoje, 80% da nossa expansão é com multifranqueado. Ele já sabe fazer o negócio, já sabe aonde aperta, aonde corre, então é mais fácil”, comenta.

O investimento inicial parte de R$ 257 mil, com dois modelos de clínica: slim e premium. Mas o diferencial da Royal não está apenas no modelo de expansão e, sim, no rigor técnico e na preocupação com o cliente.

A Royal Face atua no setor de estética facial, um segmento que exige precisão e responsabilidade. Por isso, os franqueados passam por treinamentos práticos obrigatórios e só podem operar com responsáveis técnicos altamente qualificados, que são biomédicos ou farmacêuticos com especialização em estética validada pelos respectivos conselhos.

Segundo André Alves, a marca é extremamente criteriosa em seus protocolos. “A gente quer sempre o que é bom para o cliente final e foca na satisfação dele, com respaldo técnico e segurança”, complementa Alves.

Essa visão é compartilhada por Flávia Alessandra, que descreve o negócio como “algo muito valioso, por toda a estrutura que a empresa tem, que conseguiu crescer, expandir e se manter organizada, sem perder o seu propósito”

Para a atriz e empreendedora, o diferencial da Royal é oferecer acessibilidade à estética com responsabilidade, provocando transformações que começam por dentro.

Uma nova geração de empreendedores públicos

A presença de artistas em redes franqueadoras não é novidade. Um dia antes da visita do casal, que ocorreu no início da tarde da sexta-feira, 27, compareceram à feira da Associação Brasileira de Franchising (ABF) a atriz Deborah Secco, sócia da Peça Rara, e a cantora Wanessa Camargo, convidada da Espaço Laser.

Para Flávia e Otaviano o empreendedorismo é um envolvimento de longo prazo, de gestão ativa e escolha baseada em reputação e alinhamento de propósito. Para eles, ser sócio de um negócio é uma decisão que envolve reputação e diligência. “A gente sempre entende quem é a marca, qual a reputação dessa marca, qual a história dela. Isso tudo faz parte de uma pesquisa muito séria que a gente faz antes de embarcar”, relatam.

Mais do que uma curiosidade de bastidores, o caso do casal com a Royal Face é um exemplo de como a união entre imagem pública e gestão profissional pode resultar em modelos de negócios escaláveis, sólidos e consistentes, algo que interessa não apenas a investidores, mas a qualquer executivo atento às transformações do franchising brasileiro.

Dicas de empreendedorismo

Para finalizar a conversa, Otaviano e Flávia compartilharam três dicas de empreendedorismo:

  1. Conheça e goste do negócio: é fundamental entender o setor e se identificar com ele;
  2. Escolha bem os sócios: perguntar-se se consegue se ver com esses sócios por 20 anos é um exercício preventivo; e
  3. Não invista tudo de uma vez: ter uma reserva é essencial para aguentar o tempo de maturação do negócio.

Essas recomendações refletem a própria experiência dela com negócios como a Royal Face e outros que o casal mantém.

Imagem: Divulgação/ABF